Estresse x promoção no trabalho: como se relacionam?

São características comuns às pessoas que aspiram a uma promoção no trabalho: bajulam o patrão, trabalham mais horas do que o necessário e fazem ver a todos que têm muito serviço. Mas quando eles têm ataques de ansiedade, as coisas mudam. Certos graus de estresse podem ser considerados positivos, pois tendemos a pensar que os melhores trabalhadores não pegam leve nas coisas ou não vão para casa na hora – algo tão pernicioso quanto falso – mas, até que ponto os chefes percebem que seus funcionários têm muito estresse?

A percepção do estresse varia enormemente entre colegas e o que pensamos ser uma boa estratégia para acessar a preciosa promoção no trabalho. Trabalhar incansavelmente, mesmo que coloque nossa saúde em risco, pode, na verdade, estar trabalhando contra nós.

Se um gerente percebe que um determinado funcionário não sofre de estresse, é mais provável que o considere digno de promoção. Mas, como esse gerente acredita que o estresse é uma qualidade positiva que leva à autossuficiência, ele também terá menos probabilidade de oferecer assistência se o funcionário precisar. Em suma, se um gestor considera o estresse como algo positivo, inerente a um trabalho exigente, tenderá a subestimá-lo.

Promoção no trabalho e seu viés com relação ao estresse

Uma pesquisa feita com centenas de trabalhadores identificou a relação do estresse no trabalho e a conduta dos gerentes e outros colaboradores. Os participantes responderam a um questionário online sobre o assunto. Eles leram a descrição de “Ben”, um funcionário fictício que trabalha muitas horas, ocupa um cargo gerencial e precisa realizar várias tarefas ao mesmo tempo. Os funcionários, então, avaliaram seus níveis de esgotamento e preencheram um questionário de mentalidade de estresse em Ben.

Quanto mais os participantes viam o estresse como algo positivo e valioso, menos eles percebiam o esgotamento de Bem. Consequentemente, o avaliavam como mais digno de promoção.

Em outra série de experimentos, pesquisadores dividiram os participantes em dois grupos: um que via o estresse como algo positivo e outro que o via como um obstáculo. Participantes com uma atitude positiva em relação ao tema, relataram que Ben sofria menos sintomas relacionados ao estresse e, portanto, era mais provável que lhe dessem uma promoção. Eles também eram menos propensos a oferecer ajuda. Mas, aqueles que viam o estresse como debilitante e negativo achavam que Ben estava mais esgotado e, portanto, menos propenso a ser promovido.

O estresse pode ser positivo?

Tecnicamente, o estresse nada mais é do que um conjunto de reações do nosso corpo a uma ameaça, que ativa o sistema nervoso simpático: o responsável por colocar o corpo em estado de alerta. Isso libera diferentes hormônios – como adrenalina, noradrelanina ou cortisona – e nos prepara para uma situação potencialmente perigosa. É, em última análise, um mecanismo natural do nosso corpo para lidar com situações críticas. O estresse não é ruim se ocorrer em tempo hábil. É ruim quando se torna crônico, porque nosso corpo sofre se estiver permanentemente em estado de emergência.

Embora seja difícil saber quando estamos com muito estresse, já que a linha que separa o bem do mal varia em cada pessoa, existem vários sinais de alarme que devem nos fazer reconsiderar. E, como aponta as pesquisas, é improvável que alguém na empresa se importe com isso, então, com promoção no trabalho ou não, tudo depende de você.

Elza de S

Andréia Eliza de Souza deixou a atuação ativa na área da saúde para se dedicar à redação de artigos publicitários e jornalísticos. Buscando novas oportunidades de ampliar seus conhecimentos, transformou um trabalho ativo em fonte de pesquisa para redigir muitas das matérias que hoje publica. Por conta da função de redatora, acabou, aos poucos, com as árduas pesquisas de fontes, se dotando de múltiplas experiências e conhecimentos em finanças, mundo automobilístico, rural, do entretenimento, entre diversos outros nichos.

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